quarta-feira, 28 de novembro de 2012

timidez X Fobia social

Saudades de escrever para vcs!!! O nosso papo hoje é bem atual e comum. Timidez excessiva ou fobia Social, qual a diferença???

Todos nós já sentimos em algum momento da vida, aquele friozinho na barriga, quando nos percebemos em algum tipo de exposição social. Seja na escola, quando somos chamados atenção pelo professor ou quando algum colega nos constrange na frente dos outros, ou até mesmo quando somos obrigados a apresentar um trabalho, a ansiedade para uma entrevista de emprego, enfim, sentir-se ansioso quando estamos em situações importantes e de exposição é algo que faz parte da vida de todos nós, não é doença e até determinado ponto, podemos dizer que é adaptativo, pois faz com que estejamos sempre melhorando nosso desempenho. Porém, quando essa ansiedade é excessiva, causando um grande sofrimento e fazendo com que a pessoa se esquive de diversas situações importantes para o crescimento pessoal e profissional dela, é momento para repensar e talvez procurar uma ajuda profissional de um psicólogo e/ou psiquiatra, pois estaremos saindo de um grau de ansiedade normal para entrarmos no âmbito do Transtorno de Ansiedade Social, ou fobia social

A fobia social é um dos transtornos mais comuns observados atualmente e a idade média de início dos sintomas está entre 11 e 19 anos. Neste período da vida a personalidade e as habilidades sociais ainda estão sendo desenvolvidas, com isso a insegurança em algumas atividades são normais, em pacientes com fobia social estas dificuldades se tornam ainda maiores. Os sintomas mais comuns são: coração acelerado, rubor, sudorese, tremores nas mãos, bloqueio da fala, etc. Todos estes sintomas são facilmente percebidos pelas outras pessoas, o que ajuda ainda mais a aumentar a ansiedade. Pacientes com Fobia Social apresentam uma tendência a um pior desempenho escolar, têm menor probabilidade de manter um relacionamento amoroso saudável, além de terem uma maior possibilidade de possuírem uma instabilidade profissional. O diagnóstico e a intervenção precoce podem prevenir o desenvolvimento de outros problemas e melhorar a qualidade de vida das pessoas com este transtorno. Por exemplo, vamos imaginar  um estudante que precisa apresentar  um seminário na sala de aula. Ficar ansioso é normal e até bom para ele, no sentido de ajudá-lo a estudar com antecedência, ensaiar sua apresentação e, consequentemente, ter um melhor desempenho. No entanto, caso essa ansiedade seja tão intensa que na hora da apresentação a pessoa comece a gaguejar ou dê um "branco" a ponto que o aluno não consiga apresentar o que havia preparado, então essa ansiedade deixa de ser saudável e torna-se um problema.

A timidez pode ser definida como um desconforto ou inibição em situações de interação social, geralmente associada  a grande preocupação com as atitudes, reações e pensamentos dos outros. Seria um grau de ansiedade em situações sociais um pouco mais elevado, mas ainda saudável. E aqui é importante ressaltar que timidez não é doença. Entretanto, para algumas pessoas, a ansiedade diante das situações sociais torna-se tão intensa, que prejudica as atividades do seu dia-a-dia e os seus relacionamentos interpessoais. Podemos dizer que desde o momento em que uma dificuldade da pessoa se torne tão intensa ao ponto de afetar sua vida diretamente, a impedindo de executar tarefas importantes no seu dia a dia, como por exemplo comer em público, ou perder uma oportunidade de emprego, ou até mesmo um possível relacionamento amoroso saudável, ela necessita de uma ajuda profissional para que possa ter uma melhor qualidade de vida.


É isso galera, espero não ficar tanto tempo sem escrever desta vez e espero estar auxiliando alguns nesta jornada para uma vida mais feliz e saudável. Bjks.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Mentira, quais as consequências para quem mente e para quem é enganado?

"Mentira tem perna curta". Esta frase é muito certa, mesmo que a perna da mentira seja apenas um toquinho, rs, ou seja, mesmo que vc não descobra a mentira na íntegra, alguma parte dela aparece em algum momento. Quais os motivos que levam uma pessoa a mentir? Bom, existem vários tipos de mentirosos. Os psicopatas, que mentem sem nenhum sentimento ou culpa, que não será o nosso objetivo falar sobre isso aqui, as "mentiras" dos psicóticos, que na verdade não devemos chamar de mentiras e sim de delírios e alucinações psicóticas, que também não é a base deste post. O que nos importa neste momento são as mentiras que contamos no dia a dia por motivos diversos e em alguns casos nem nos damos conta que estamos mentindo, ou omitindo algum fato ou até mesmo acreditando em nossas próprias mentiras. Dizemos que a mentira tem pernas curtas porque sabemos que ela não costuma ir muito longe. Cedo ou tarde, ela aparece, e ai as consequências da mentira tanto para quem foi enganado quanto para quem enganou podem ser devastadoras. Quando mentimos, fazemos mais esforço do que quando dizemos a verdade, nosso corpo acaba acusando algum indício de que aquela estória não encaixa muito bem. Nosso olhar dificilmente se mantém fixo, e  muitas vezes o nosso comportamento acuado e até mesmo agressivo acaba por entregar que aquela estória não é verdade. Acontece também em algumas situações que quando  a mentira precisa ser recontada e recontada e recontada, acaba sendo contaminada por alguns indícios da verdade ou até mesmo precisa ser reforçada com alguma outra mentira e então o rabinho dela acaba aparecendo por trás daquela roupagem as vezes tão bela. Quando temos que manter uma mentira por muito tempo, ou até mesmo por toda a vida é um desgaste enorme, e muitas vezes acabamos por não dar mais conta de mantê-la.

Mas, afinal, por que mentimos? Segundo Eugenio Mussak, educador e escritor, "A psicologia explica a mentira pelo mecanismo de defesa, a sociologia pela busca do poder, a filosofia pela imperfeição humana e a religião pela compulsão ao pecado. As explicações, entretanto, quase nunca justificam a mentira ou desculpam o mentiroso." Na verdade cada uma destas explicações não precisam necessariamente anular as outras, depende sempre do ponto de vista de cada um.

Muitas vezes não temos coragem de dizer a verdade, pois sabemos o quanto aquela verdade pode ferir o outro e também a si mesmo. Quando as pessoas não conseguem lidar muito bem com seus sentimentos e com suas emoções, elas evitam algum tipo de confronto que possa "magoar" o outro, pois isso implicaria em pôr a tona sofrimentos, emoções, dores, mágoas, enfim verdades que fazem parte da vida de ambas as partes em um relacionamento. E logico,  também não dizem a verdade, pois, não conseguem lidar com a culpa de ter cometido algum erro, pois isso pressupõe assumir defeitos e limitações que muitas vezes são difíceis de assumir.



Falando dos meus amados adolescentes, quem nunca disse uma mentira nesta fase da vida? Temos que separar mentiras "inocentes" de mentiras que nos trazem consequências perigosas. Aliás, o ponto é esse. Quando precisamos mentir por algum motivo, normalmente é porque a situação é proibida, ou até mesmo perigosa, principalmente para a própria pessoa que está dizendo a mentira. As consequências dos nossos atos devem ser assumidas e vivenciadas por nós mesmos, então se aquela mentira pode ser perigosa para nós mesmos, devemos pensar e refletir se temos condições de bancar as consequências dela. Infelizmente ja tivemos casos na mídia de acidentes fatais com jovens que viajavam escondidos de seus pais ou de jovens que pegaram o carro do pai escondido e acabaram sofrendo ou causando graves acidentes de trânsito. Como ja vimos, de algum modo, alguma perninha verdadeira sobre aquela mentira acaba aparecendo mais cedo ou mais tarde, e as consequências da mentira são muito difíceis.


Um outro grande perigo sobre a mentira é o fato desta pratica se tornar um hábito entre crianças e adolescentes, pois isto futuramente, pode ser muito prejudicial tanto para o "mentiroso" quanto para quem convive com ele,



Como sempre falo em todos os meus posts o diálogo é o melhor caminho, até porque algumas situações são "proibidas" por serem perigosas, e é necessário que os limites sejam esclarecidos por ambas as partes.


O fato é que a mais perfeita mentira não é melhor do que a pior verdade, porque quando esta mentira é deflagrada, e na maioria das vezes isso acontece mais cedo ou mais tarde, a dor de ter sido enganado é muito maior do que o sofrimento de saber a verdade. 


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sexualidade na adolescência. Quais os limites do desejo?

Bom, hoje quero dividir com vcs, uma preocupação que eu tenho tido ultimamente. Quais os limites da sexualidade na adolescência?  Eu recebi um relato de uma adolescente de 14 anos que havia recebido um convite para um menage a trois de um casal de namorados, onde a menina tem a mesma idade dela, 14 anos e o rapaz tem 16. Para quem não sabe, menage a trois é uma expressão de origem francesa que significa sexo a três. Na verdade, ela nem sabia direito o que isso significava e ela ainda é virgem. Para não passar por boba, ela disse à colega que iria pensar no assunto. Quando confirmou o que seria um menage, procurou a colega e disse que havia pensado bem, e que não estava mais interessada no convite. A colega ainda insistiu dizendo que estava muito ansiosa porque o namorado dela é quem estava insistindo, porém, disse que não poderia ser com mais um rapaz porque ele não aguentaria ver outro menino tocando nela, e que também não poderia ser uma menina que ele escolhesse para que a namorada não desconfiasse de que ele estaria interessado na menina.


Casos como esse que eu contei aqui, estão se tornando uma pratica muito comum entre os adolescentes. Alguns passam por experiência sexuais diferentes, percebem que não querem repetir e seguem suas vidas normalmente, porém outros adolescentes podem acabar se arrependendo do que fizeram e terem um grande trauma em suas vidas. 


  
A sexualidade na adolescência é tão intensa e visceral que é quase impossível que a razão e o desejo caminhem juntos. Como ja vimos em uma postagem la atrás a adolescência é uma maravilhosa e sofrida etapa da vida. Nesta fase acontecem as mudanças corporais e hormonais e o interesse e a curiosidade pela sexualidade é uma das principais características. Atualmente vivemos uma liberdade sexual que é muito boa por um lado, mas pode se tornar bastante perigosa por outro. A busca por experiências sexuais tem acontecido muito precocemente e muitas vezes os jovens participam destas experiências não por interesse deles mesmos, mas por uma influência do grupo ao qual ele participa, o que é muito normal, pois nesta etapa eles funcionam muito mais em grupo do que sozinhos, até porque sua identidade, sua personalidade ainda esta sendo formada. Com isso, por mais que tenham maturidade, é natural que em alguns momentos sejam influenciados pelos amigos. A amizade na adolescência é muito importante, eles se tornam cúmplices uns dos outro, amam intensamente uns aos outros, mas infelizmente como tudo na adolescência é intenso, também  odeiam uns aos outros em alguns momentos, e muitas vezes por motivos bem pequenos. Nestes momentos algumas atitudes que tiveram por causa dos amigos, podem se tornar grandes arrependimentos, como por exemplo uma experiência sexual com outros parceiros que talvez não seria um interesse dele mesmo. A pratica de bissexualidade tem virado "moda" atualmente. Não estou aqui para dizer se é certo ou errado, até porque este não é meu objetivo e nem o meu perfil, mas acho que quando lidamos com nossas intimidades, e o sexo é uma grande intimidade, temos que tomar decisões baseadas em nossos próprios interesses e não pelo interesse do outro.

Acho mais uma vez que a orientação e o diálogo são nossos melhores aliados, para que nossos jovens saibam tomar decisões que não se arrependam depois. Para isso é fundamental que os deixemos sempre a vontade para partilhar conosco seus interesses e suas experiências, com um olhar maduro e orientador, mas não de forma punidora e preconceituosa, pois senão poderemos colocar tudo a perder e a confiança pode ficar abalada


Por enquanto é isso, comentem a vontade, lembrem que não precisam se identificar se não quiserem. Bjks.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Falha na comunicação = Problema na relação

A etmologia da palavra comunicação, vem do latim communicatio de communis = comum, significa a ação de tornar algo comum a muitos, porém "comunicação" tem um significado muito mais amplo e complexo. Temos alguns tipos de comunicação, a verbal, gestual, virtual, comunicação alternativa, libras, enfim, existem várias formas para que possamos nos relacionar em sociedade. A comunicação é importante para transmitirmos e recebermos informações e para entrarmos em contato uns com os outros. Quando "falamos", seja de que forma for, a comunicação deve se dar de forma verdadeira, precisamos nos expressar seguindo nossos sentimentos, nossos valores. Se comunicar verdadeiramente com alguém vai muito além de falar, pois em muitos casos falamos uma coisa, e "gestuamos" outra, pois nosso corpo também "fala".
Além da falta de verdade em muito do que falamos, como disse acima, existem também outras falhas na comunicação que interferem absurdamente nos nossos relacionamentos. Vemos, muitas vezes que sentimos "A", falamos "B", e o pior é que somos incompreendidos e o outro entende "C". Costumo chamar isso de comunicação truncada, onde no fim acaba parecendo uma brincadeira de telefone sem fio, onde uma pessoa fala no ouvido da outra bem baixinho e de forma complicada uma frase, e consecutivamente umas no ouvido das outras, quando chega no final, na última pessoa, a frase em nada tem haver com a frase inicial. Este é um dos motivos para que relacionamentos sejam eles, familiares, amorosos, profissionais ou sociais, terminem de forma negativa. Segundo o terapeuta holístico Armando Falconi: " Comunicação não é o que a gente fala, mas sim, o que o outro entende ” . Inclusive, prefiro dizer que comunicação não é apenas o que a gente fala, mas também o que o outro entende. 


infelizmente somos inundados diariamente com tantos problemas, que o stress acaba fazendo parte de nossas vidas, e não temos paciência para falar com o outro o que realmente estamos sentindo, apenas jogamos nossas frustrações, nossas raivas, nossas tristezas nas nossas discussões e o que realmente estamos sentindo e qual objetivo nós temos muitas vezes não é dito. Falamos julgando e agredindo o outro, que então nos retorna também com agressividade e então inicia-se uma briga que muitas vezes é desnecessária e o pior que não traz nenhuma mudança na relação. Vou dar um exemplo clássico que todas nós mães e pais fazemos quando brigamos com nossos filhos por alguma atitude repetitiva e incorreta deles.
Por exemplo, a bagunça no quarto. Nós gritamos, brigamos, colocamos de castigo, e muitas vezes acabamos arrumando nós mesmos o quarto. Isso porque ja estamos cansados, estressados, preocupados com trabalho, finanças, enfim, com o dia a dia. Se ao invés disso, tentássemos mostrar para o adolescente/criança que quando eles querem uma determinada roupa limpa mas não acham, porque não haviam a colocado no cesto para lavar, ou que a roupa está amarrotada porque não foi guardada adequadamente, que não acham um brinquedo, ou um brinco, ou um boné, porque não arrumaram no lugar correto, enfim, tentar mostrar para eles as vantagens em se organizar um pouco mais e as desvantagens de permanecerem na desorganização, provavelmente teríamos um pouco mais de sucesso em nossos objetivos, seria um stress a menos para aquele dia, pois uma briga com filhos gasta muito de nossa energia, e com certeza estaríamos proporcionando à eles um pouco mais de maturidade e responsabilidade. 
O que estamos sentindo, que é nossa insatisfação em ver o quarto bagunçado e o nosso objetivo que é ver o adolescente/criança arrumá-lo, pode ser conseguido sem insultos e agressões de ambos os lados. 


É importante que saibamos falar e também que saibamos escutar verdadeiramente o que o outro está sentindo. Uma relação é feita de duas ou mais pessoas, então é importante que respeitemos uns aos outros, é fundamental que saibamos nos colocar no lugar do outro.


É preciso também que nós evitemos mensagens confusas, e que sejamos honestos com nossos sentimentos. Aquela clássica também do casal que está brigado e um pergunta para o outro: 
- Ta tudo bem? e o outro diz - Tá, porque não estaria? E o outro diz - Nada, tudo bem eu so perguntei porque você tá estranha. - É impressão sua, estou apenas com dor de cabeça. Pronto, daí  um "climão" se instá-la e isso com certeza desgasta totalmente uma relação. 


Para terminar vou colocar uma estorinha engraçada que eu li neste site abaixo: 
http://orienteocidente.wordpress.com/2012/04/24/falha-de-comunicacao/
Falha de comunicação:
Uma senhora idosa parada ao lado da rua, está confusa e hesitante com a tentativa de fazer a travessia diante de um tráfego intenso.
Temerosa, ela não conseguia sair do lugar.
Finalmente apareceu um cavalheiro que, tocando-a, perguntou se poderia atravessar a rua com ela. Alegre e muito agradecida, a senhora tomou seu braço e juntos partiram em direção ao lado oposto. Foi então que ela começou a ficar mais apavorada ao ver que o cavalheiro ziguezagueava pelo meio da ruaenquanto buzinas soavam e freios eram acionados com motoristas dizendo palavras ofensivas.  
Quando finalmente chegaram ao outro lado, ela, furiosa, lhe disse:
 - “Você quase nos matou. Você caminha como se fosse cego!”
- “Mas eu sou. Foi por isso que lhe perguntei se poderia atravessar junto com a senhora.”


Bjks e até a próxima 





terça-feira, 22 de maio de 2012

Vamos dizer NÃO a qualquer violência contra crianças e adolescentes!!!

No dia 18 de maio foi o dia Nacional de combate ao abuso sexual de crianças e adolescentes. Está havendo muita polêmica sobre o depoimento da Xuxa no fantástico pelo fato dela ter feito um filme onde ela simulava fazer sexo com um menino de aproximadamente 12 anos. Porém o que ela fez na sua vida para "ascender" profissionalmente, se ela realmente foi violentada ou não se era apenas mídia, não importa. O que importa é que todos os dias crianças e adolescentes são vítimas de abuso sexual, e que isso é absurdo. Como sabemos a maioria dos casos de violência sexual acontece por pessoas muito proximas da vítima, parentes ou amigos e com certeza tem que ser deflagrado! Pegando emprestado as palavras da minha nova e querida amiga do face Ana Virgínia. 


 "Os termos abuso ou maus-tratos contra crianças e adolescentes são usados para definir negligência, violência psicológica, física e sexual de maneira repetitiva e intencional, praticada por uma pessoa em estágio de desenvolvimento físico e emocional superior (força física, idade, condição financeira, autoridade, inteligência, etc). O agressor usa do poder, da relação de confiança e/ou força física para colocar a criança e/ou adolescente em situações para as quais não possui maturidade física, nem psicológica de enfrentamento."



Ana Virgína - Psicóloga Clínica. Para ler mais acessem o link 


Vcs sabem pq o dia 18 de maio foi escolhido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes? A data foi instituída por lei federal, em alusão a 18 de maio de 1973, quando a menina Araceli, 8 anos, foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada por jovens da classe média alta de Vitória (ES). Apesar de sua natureza hedionda, o crime prescreveu e os assassinos ficaram impunes. Meu Deus isto é assustador!!!  

A maioria dos casos de violência sexual fica abafada dentro da alma da vítima, pois ela  sente-se envergonhada, amedrontada e muitas vezes culpada por ter sido violentada. É muito comum a criança ter medo de perder o amor de seus pais, mesmo que algum deles seja o próprio agressor, o adolescente pensa que usou uma roupa inadequada, deu alguma abertura para o agressor, enfim a culpa e o medo rondam a vida daquela criança e/ou adolescente. 

Infelizmente temos também a impunidade como um grande vilão nesta história. Peguei alguns casos de impunidade absurdos. * Em 2002, em  Beberibe, Ceará, uma menina de 11 anos foi estuprada pelo próprio pai, que a engravidou. O pai foi absolvido e reconheceu que mantinha relações sexuais com a filha, mas sem coação e que a iniciativa era dela. Confessou que transava com a filha de 11 anos durante o dia e à noite com a mulher, mãe da menina. O Ministério Público recorreu da sentença. * Em 2003 no Rio Grande do Sul um Pastor de Igreja Evangélica foi acusado de abuso sexual de uma menina de 5 anos. Foi acusado de ter apalpado partes íntimas da criança e ter feito sexo oral nela. Voto de um desembargador: "Embora a tenra idade da criança, ela foi de espontânea vontade ao encontro do recorrente e atraída pelos dizeres do acusado. A prática do ato libidinoso, deste modo, deu-se com o consentimento da criança. Ela foi seduzida e não violentada." No STJ (Superior Tribunal de Justiça) o acusado foi condenado a 6 anos. Foi afastado o enquadramento na Lei dos Crimes Hediondos, que aumentaria a pena pela metade. Em uma estatística no Rio de Janeiro de 465 casos de abuso sexual, apenas 24 viraram processo e só 3 casos chegaram ao final com abusadores condenados. Porém o incrível é que pelo que temos acompanhado no Brasil, após 2 ou 3 anos de cadeia os pedófilos, graças à progressão da pena, são libertados e voltam para a rua. 


É preciso entender que a pedofilia é uma desordem mental e de personalidade, uma perversão sexual que precisa ser tratada e que o agressor não pode viver em sociedade. Quanto a "cura" de um pedófilo existem muitas contradições. A terapia cognitivo comportamental têm tido um pouco mais de êxito, porém é importante que o tratamento ocorra em paralelo com medicações antiandrogênicas para diminuírem níveis de testosterona. Entretanto casos bem sucedidos com pedófilos são muito raros.

Temos também a quantidade de casos velados sobre o assunto que ainda é enorme. Tenho visto, infelizmente, em consultório que a quantidade de "amigos e familiares" que ja investiram olhares maliciosos em pessoas quando eram crianças e que nunca foi denunciado é absurdamente grande. A maioria dos casos de abuso contra crianças e adolescentes não vem junto com a violência física, mas sim pela forma de ameaças, investidas libidinosas e assédios de todos os tipos. As consequências psicológicas podem ser devastadoras, e apenas uma parte das pessoas que sofreram o abuso sexual de fato denuncia, e infelizmente, as pessoas que sofreram violência psicológica e investidas maliciosas, normalmente não denunciam, e sofrem caladas e sozinhas.

Sabemos que a internet é atualmente a maior porta de entrada para pedofilia, então estarmos atentos aos amigos virtuais de nossos filhos e as suas conversas é fundamental, mesmo mantendo um certo nível de confiança e privacidade necessária para o adolescente, por exemplo. Pedófilos não têm cara, não tem cor, não tem raça e nem condição financeira definida, pode ser qualquer um, portanto é necessário que existam formas de tentar prevenir esta violência, e para isso, precisamos estar atentos a qualquer alteração de comportamento de nossos filhos, e infelizmente a desconfiança nas pessoas se faz necessária. Sabe-se que pouca quantidade de denúncias de crianças e adolescentes são falsas. Segundo informação do site http://www.observatoriodainfancia.com.br/IMG/pdf/doc-231.pdf apenas 6% das denúncias são fictícias, então vamos ouvir mais nossos filhos e estar atentos à eles que são nossos bens mais preciosos! 

Bjs e até a próxima.


quinta-feira, 17 de maio de 2012

Emoções intensas da maternidade! Do céu ao inferno e vice versa em segundos.

Nossa, há um mês sem atualizar o blog! Estava off sendo mãe acima de tudo. Primeiro a minha princesa adoeceu, logo em seguida foi meu caçulinha, depois meu anjinho pegou dengue e pneumonia e acabou tendo que ficar 1 semana internado! Aff chega agora, né? Amo ser mãe, mas estou precisando atuar tbm nos meus papéis de psicóloga e mulher.

Mas é logico que depois de uma intensa experiência como mãe nestas últimas semanas, não posso voltar a falar dos meus amados adolescentes e não relatar a minha linda e doída experiência no hospital com meu filhote. Passamos 6 dias internados (ja estava há 1 semana com ele doente em casa). Sim, digo passamos, pois fiquei direto com meu filho, vindo para casa apenas no fim do dia para tomar banho, comer alguma comida um pouco menos saudável que a do hospital, e claro, dar um cheiro no resto da minha cria, para retornar ao hospital para "dormir" com meu anjo. 

Nestes dias passei por uma série de emoções boas e ruins. No início da internação do meu filho, tivemos a errada e assustadora notícia que meu anjo estaria com suspeita de dengue hemorrágica. Meu Deus que medo de perdê-lo! A incompetente da emergência me disse isso baseado no exame de albumina dele que estava baixo, porém o que diz que há suspeita de dengue hemorrágica é o exame com hematócritos, que o do Nan, estava perfeito. Mas aquelas horas de dor, incerteza e medo duraram uma eternidade, até ouvir da médica do plantão da manhã seguinte que ele não tinha dengue hemorrágica, embora teríamos que acompanhar para que não evoluísse para isso. O hospital estava lotado, muitos casos leves e alguns muito difíceis. Aproveitei o momento para refletir muito sobre minha vida e lógico, como sempre, para observar o comportamento humano (inclusive o meu). Nos momentos de stress e de medo, vamos do céu ao inferno em segundos. Senti o quanto o descontrole emocional e o stress afetam, inclusive o cuidado que temos com os nossos amores. Quando ia para casa comer, tomar banho e beijar meus filhos, voltava para o hospital muito cansada, mas renovada e com muita energia e amor para dar para meu filho e para quem eu pudesse acalentar naquele hospital. 

Uma estorinha interessante é que nós estávamos com uma linda menininha no quarto com uma pneumonia de base nos dois pulmões com uma evolução de melhora muito lenta, na verdade com troca de remédios por ela não estar respondendo bem ao tratamento. É óbvio que sua família, na verdade, sua mãe e sua avó, estava muito tensa, assustada e cansada de estar nesta situação de internação. No dia das mães elas duas (a avó e a mãe da criança) saíram para almoçar juntas em algum restaurante ao lado do hospital e a menina ficou com uma tia de quem ela gostava muito. Aquelas horas se passaram com as duas brincando sem a menina chorar e nem reclamar nenhuma vez. A sua tia estava bem, descansada e com certeza essa energia foi ótimo para aquela criança. Quando elas retornaram para o quarto do hospital, eu falei de como a menina tinha ficado bem e que até elas estavam com uma leveza maior no olhar. A mãe da menina estava deitada na cama com a filha e depois de um tempo refletindo me olhou e disse "Pois é, nestas horas a gente vê o que realmente tem valor. Se a gente estivesse em casa estaríamos uma em cada canto. Eu no computador, minha mãe no quarto vendo televisão e minha filha em outro quarto vendo desenho. Agora estamos juntinhos neste quarto de hospital." 

Não sou do tipo que acredita que o crescimento e a evolução espiritual e humana acontecem apenas através do sofrimento. Penso e sei que podemos evoluir através de momentos intensos, sejam eles bons ou ruins. Mas com certeza nos momentos de medo e de impotência, percebemos que somos muito pequenos, apenas um grãozinho de areia neste enorme universo. Os nossos valores mudam nestas situações e cabe a nós mesmos não permitir jamais que estes valores se percam pelo mundo quando saímos da crise, pois esta é uma tendência natural do ser humano. 

Pois é, precisei relatar um pouquinho da minha experiência, meu filhote ja está em casa e bem, aprontando todas e logo logo estarei escrevendo mais sobre os "causos" adolescentes. Até mais, bjks.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Drogadição, uma doença de toda a família!


Como faltam menos de um mês para o início do curso que eu estou preparando com duas colegas sobre uso e abuso de álcool e outras drogas, estou "mergulhada" na área da dependência química. Por isso estou sem escrever no blog há mais de duas semanas, e como não poderia ser diferente este post também faz parte desta realidade. Família e drogas.

Numa sociedade permeada por crises financeiras, estresse, onde o "ter" é mais valorizado do que o "ser", é fácil encontrarmos uma estrutura familiar totalmente fragilizada, onde os pais, tentando compensar sua ausência, muitas vezes acabam confundindo liberdade com permissividade. Os valores morais de nossa sociedade estão bastante distorcidos, os limites e o respeito com o outro esta banalizado.

Além do meio social e da predisposição da frágil personalidade inerente do adolescente, o meio familiar também é um forte incentivador ao consumo de drogas. Hã, como assim? Sabemos que as drogas psicotrópicas ou psicoativas são drogas que causam alteração do SNC, elas podem ser ilícitas, as proibidas ou lícitas, drogas que são aceitas pela justiça e até, algumas delas, estimuladas pela sociedade. Qual a mensagem que nós pais passamos para nossos filhos, quando temos algum problema físico ou emocional? O uso de medicamentos excessivos e descontrolados para dormir, para depressão, para ansiedade, para dores de cabeça ou até mesmo o uso de anfetaminas para emagrecer, o consumo muitas vezes excessivo de álcool para aliviar as tensões do dia e para celebrar e comemorar bons momentos da vida, assim como o cigarro, se fazem presente na maioria das vezes dentro do meio familiar. Gosto muito de dar como exemplo uma propaganda muita antiga onde um rapaz aparecia na TV falando com o pai que quando ele nasceu seu pai bebeu pra comemorar, quando ele fez 18 anos seu pai o chamou para beber e comemorar, quando ele se formou seu pai bebeu para comemorar, ...e então o seu pai agora estava dizendo para ele parar? Não estou dizendo com isso que todos os dependentes químicos foram influenciados pelos seus pais, rs, mas temos que tomar cuidado com a mensagem que estamos passando para nossos filhos, onde resolvemos nossos problemas rapidamente com um remedinho, ou com um trago ou com uma dose. O diálogo nesse momento é fundamental (como sempre digo). Não criar um tabu quanto ao tema das drogas é muito importante. Temos que perceber se nossos filhos estão precisando de alguma ajuda para esclarecer suas dúvidas, aliviar suas angústias, seus medos e suas dificuldades. E algumas vezes, perceber se temos que procurar uma ajuda profissional, seja de um psicólogo, seja de um psiquiatra, isso não é sinônimo de loucura! 

Estar atento a alguns sinais nas atitudes de nossos jovens é primordial, antes que seja tarde. Apesar das mudanças de comportamento serem comuns nesta idade, mudanças muito radicais de personalidade podem não ser. É necessário que os pais assumam sua responsabilidade perante a educação dos filhos, ao invés de apenas delegá-la à escola, à igreja ou outras instituições sociais. Conferir o ambiente e as amizades sem despertar a desconfiança, valorizar o jovem conversando sobre diversos assuntos, pedindo sua opinião inclusive em assuntos que eles entendem mais do que nós, dar  limites e responsabilidades, estipulando horários e ressaltar as qualidades de nossos filhos são atitudes importantes a serem consideradas. 

De qualquer forma, infelizmente, alguns adolescentes procurarão as drogas, seja por curiosidade ou influência do grupo ou como fuga para seus problemas afetivos. Neste último caso o problema intensifica, pois a droga serve como um alívio para seus problemas e a necessidade em se manter em equilíbrio, mesmo com a ajuda da droga se torna um comportamento compulsivo e a dependência se "instala". Em todos os casos é necessário reforçar que o maior prejudicado é ele próprio.

Tanto o tratamento para o abuso das drogas, quanto a prevenção deste problema tão desastroso, têm que ter como principal fundamento a valorização da vida e as possibilidades criativas e saudáveis que todos nós temos. Não existe um tratamento, um caminho miraculoso para a drogadição. Cada estratégia tem que ser personalizada, pois o ser humano é complexo e o que pode ser eficaz com um pode não ser com o outro. Cada pessoa é única e esta singularidade é riquíssima e deve ser estimulada.


Bjs por enquanto e até a proxima




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quarta-feira, 28 de março de 2012

Cutting, moda ou transtorno de comportamento?

Bom, gostaria de não precisar estar falando sobre a prática do cutting, mas infelizmente, está sendo muito feita pelos jovens atualmente. Por isso a pergunta, moda ou transtorno de comportamento?

Bom, para começar é interessante explicar o que é cutting para quem não conhece este método de auto agressão, muito praticado pelos adolescentes. É a pratica de fazer cortes pequenos e superficiais pelo corpo, com estilete, gilete ou algum outro instrumento cortante, porém, não tem como objetivo o suicídio. É feito principalmente por jovens para aliviar seus sofrimentos. Pode-se dizer que o cutting é utilizado como uma válvula de escape para lidar com os sofrimentos ou traumas da vida, porém, com o tempo esta prática pode se tornar uma compulsão, uma dependência, assim como a droga. Os motivos que levam uma pessoa a praticar o cutting são vários, depressão, fobia, baixa auto estima, bullying, transtornos alimentares, etc. É muito comum associar a auto mutilação ao transtorno de comportamento chamado borderline. Este transtorno mental é considerado como um limiar entre o estado normal (neurose) e a psicose (transtorno mental onde há uma dissociação da personalidade). Porém, este tipo de auto mutilação ao qual estamos relatando aqui, o cutting, tem sido iniciado por muitos adolescentes, e até mesmo por pré-adolescentes, principalmente por meninas, por curiosidade, como "moda", por isso não podemos associá-lo ao transtorno borderline sem antes avaliarmos o caso da pessoa. Um rapaz, que fazia cutting me relatou uma vez, que se cortar e ver o sangue sair da pele aliviava, pelo menos naquele momento, o sofrimento que o atormentava, "...o sofrimento vai embora naquele momento junto com aquele sangue que escorre no meu braço". Um caso muito conhecido é o da cantora e atriz Demi Lovato. Em depoimento, ela relatou que começou a se cortar quando tinha apenas 11 anos de idade, e no seu caso o motivo era aliviar o sofrimento que sentia por causa de transtornos alimentares.

Enquanto estava fazendo pesquisas pela internet, entrei em alguns blogs e sites sobre o assunto e assustadoramente, percebi dois fatores perigosos. A idade inicial desta pratica de auto agressão é muito nova, o início se da, normalmente por volta dos 12 anos, porém, cheguei a ver relatos de pessoas que começaram a se cortar aos 8 anos de idade. Um outro detalhe muito perigoso é que a maioria dos pais e/ou responsáveis não tomam conhecimento do problema, pois os adolescentes escolhem locais do corpo que não aparecem muito, como pernas e ombros e usam roupas compridas para esconder as cicatrizes, e com isso, a maioria não tem ajuda profissional para combater este sofrimento. Em quase todos os depoimentos que li, os jovens sofrem por algum motivo e praticam o cutting, com isso, acabam sofrendo depois ainda mais, pois, gostariam de parar de se cortar mas não conseguem, exatamente como uma droga. Pessoas que ja passaram por este transtorno, atualmente guardam uma grande quantidade de cicatrizes pelo corpo, e lógico pela alma também .

É importante que a pessoa que está sofrendo deste transtorno tenha coragem de enfrentar e contar para os pais, ou pessoas responsáveis que possam ajudá-la. O tratamento psicoterápico é imprescindível e muitas vezes a ajuda de um psiquiatra pode ser necessária. Porém o apoio principal para o jovem neste momento é  o da família. Uma pessoa da família não sofre sozinha. Se alguma pessoa está passando por este tipo de transtorno é possível que toda a família possa estar precisando de apoio.

É importante que se perceba que o cutting é um grande problema, mas inicialmente a pessoa faz este tipo de auto agressão por "modinha" para aliviar algum sofrimento, e a vontade de se cortar aparece como uma "cura" da dor que se sente. Esta dor inicial precisa ser cuidada, precisamos dividir nossos sofrimentos, nossos traumas, e aceitar a nós mesmos com defeitos e qualidades, como sempre venho dizendo nos posts passados. Temos que parar de ver a psicoterapia com preconceito, problemas todos nós temos e passar por eles com apoio e de forma mais segura é muito melhor.

Aqui vai um vídeo que passou no programa da Ana Maria Braga bastante completo sobre o assunto, vale a pena conferir.

Bjs e até a proxima.









quinta-feira, 22 de março de 2012

adolescerbem: Parabéns a todos os jovens com necessidades especi...

adolescerbem: Parabéns a todos os jovens com necessidades especi...:   Bom, em homenagem ao dia de ontem, 21 de março, dia internacional da síndrome de down, faço meu post de hoje, estendendo também a tod...

Parabéns a todos os jovens com necessidades especiais!


 

Bom, em homenagem ao dia de ontem, 21 de março, dia internacional da síndrome de down, faço meu post de hoje, estendendo também a todas as outras deficiências destes jovens guerreiros!
 
Infelizmente o último censo que eu consegui pesquisar com estatísticas de pessoas com necessidades especiais no Brasil foi o Censo 2000. Nele mostra que, aproximadamente, 24,6 milhões de pessoas, ou 14,5% da população total, apresentaram algum tipo de incapacidade ou deficiência. São pessoas com deficiência da fala, visual, auditiva, física e/ou mental. Se alguém tiver alguma informação mais recente peço que nos atualize.

Bom como nosso blog é sobre adolescência irei me ater a esta fase do desenvolvimento. Existem uma diversidade de tipos de doenças que compromete o indivíduo de alguma forma. Doenças de metabolismo, doenças genéticas, comprometimento pela falta de oxigenação do bebê na hora do parto, deficiências derivadas de doenças adquiridas pela mãe durante a gravidez, enfim, o que importa aqui é que a consequência é uma limitação em alguma, ou algumas áreas do desenvolvimento. Nas deficiências auditivas, visuais, de fala, e/ou físicas, onde o intelecto normalmente é preservado, ainda existe preconceito, mas atualmente a sociedade está mais acessível à eles. Entretanto, sabemos que a quantidade de jovens com algum tipo de deficiência é enorme, e porque não os vemos nas noites em bares, cinemas e boates? Infelizmente a inclusão ainda é uma utopia, seja dentro das escolas ou na sociedade, mas precisamos dar um basta nisso! Quantos amigos especiais, seja qual for a deficiência vcs têm? Quantos frequentam as salas de aula com vcs? Estas perguntas ficam para nós refletirmos. As pessoas precisam compreender melhor que pessoas com necessidades especiais não são assexuadas, e muitos jovens deficientes também sentem desejos, paixões, sonhos, enfim as limitações existem sim, mas isso não os faz menos seres humanos, aliás muitas vezes são mais Humanos do que pessoas ditas "normais".

E quando a deficiência é também intelectual? Nossa, aí as dificuldades de lidar com as transformações na fase da adolescência são muito mais difíceis. No meu caso pessoal, as dificuldades são quanto as mudanças de comportamento da etapa que meu anjo está iniciando. Ele está com 12 anos e apesar das limitações que ele tem, que são muitas, seu desenvolvimento físico é normal, e ele está na pré adolescência, seus hormônios estão sendo produzidos e com isso seu comportamento está também em transformação. Particularmente está sendo tranquilo por enquanto, mas sei que irão ocorrer dificuldades e complicações virão. Mas como aprendi com meu filho, tudo ao seu tempo! 

Dependendo do grau de deficiência do jovem, é totalmente possível que ele queira ter uma vida sexual e amorosa ativa. No caso dos nossos homenageados do dia, dos portadores de síndrome de down, estas possibilidades da sexualidade são bastante reais. Neste link a seguir estão alguns casos bem interessantes de mães e pais deficientes que tiveram filhos totalmente normais. Vale a pena ver http://www.deficienteciente.com.br/2009/10/sexualidade-dos-deficientes.html Neste outro link tem a estória da Maria Gabriela, que é portadora    de  sindrome de down, e tem uma filhinha linda de 3 aninhos, a  Valentina http://www.band.com.br/diadasmaes/conteudo.asp?ID=100000418774

As pessoas com deficiências são capazes de muitas coisas, apesar de suas limitações, tem possibilidades de estudar de trabalhar e principalmente de amar. Aliás, são pessoas extremamente sensíveis e criativas, sem contar com a garra de ter que lutar diariamente com uma série de dificuldades na vida e com o preconceito natural da sociedade pela própria falta de conhecimento do assunto, como ja relatei em outro post que fiz sobre inclusão. 

Enfim, parabéns a todos os adolescentes especiais que existem em nosso Brasil. Força, Saúde, Fé, Trabalho e muito, muito amor no coração sempre. 

Bjks e até a próxima.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Virgindade? Qual a hora certa ?

Este post foi feito a pedidos de 2 amores da minha vida. O que fazer quando você está namorando um menino mais velho que quer ter relações sexuais, mas vc ainda não se sente pronta para isso? Sabemos que atualmente os adolescentes vêm tendo uma iniciação sexual cada vez mais cedo, porém tenho escutado muito em consultório e tbm nos bastidores da vida, rs, meninas e até meninos se lamentando de que a primeira vez não foi legal e se pudesse voltaria atrás. O que faz um adolescente e as vezes, até mesmo um pré adolescente, iniciar sua vida sexual tão cedo e sem escolha? Muitas vezes a pressão dos amigos faz toda a diferença. Se a menina tem uma amiga que ja transou, é muito provável que ela queira ter uma experiência sexual tbm, por causa da amiga. O menino então nesta situação, nem se fala! Para ser HOMEM tem que ter tido uma iniciação sexual! Será? Temos visto meninos e meninas totalmente despreparados emocionalmente e até fisicamente falando, mas com vida sexual ativa. Infelizmente as consequências disso são bastante trágicas, no mínimo uma gravidez indesejada, sem contar as doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, por exemplo, e até mesmo traumas emocionais e sexuais complicados de se tratar. Mas enfim, qual será a hora certa para se começar a ter uma vida sexual ativa?

O principal é ter maturidade, tanto física, quanto, principalmente emocional. Vemos meninas com o corpo ainda em formação tendo relações sexuais e até mesmo engravidando. Me recordo de uma reportagem de uma menina de 10 anos que estava grávida! Sua gravidez era de alto risco e o parto também, pois ela não tinha os seus orgãos reprodutores totalmente formados. Como pode esta menina estar preparada para ter um filho? Mas enfim, não quero entrar nesta questão da gravidez na adolescência, por que isto é um novo post.

Vamos falar no exemplo que eu dei no início desta postagem, sobre uma menina estar namorando um menino mais velho e se sentir na obrigação de transar com ele, para não perdê-lo, ou absurdamente para dar provas de amor ao rapaz! Nossa, voltamos ao início do século passado? Quando os rapazes pediam prova de amor às meninas? Não estou dizendo que não pode haver amor e que o relacionamento entre um rapaz mais velho e uma menina mais nova, ou entre um menino mais novo e uma moça mais velha, não deve acontecer, mas desde o momento que o rapaz (ou a moça) se apaixona por uma menina (ou por um menino) bem mais nova (novo), que ainda é virgem, ele (ela) deve saber que isso implica em ele (ela) ter que esperar a namorada (o namorado) estar pronta para transar com ele (ela). Esta decisão deve ser pensada e conversada pelos dois, para que não haja arrependimento depois. Bom vamos começar falando sobre a virgindade. Antigamente se pregava que a mulher deveria se entregar virgem ao marido, ou seja, sem nunca ter tido algum tipo de relação sexual. mas por que o hímem, uma película tão fina, com 3 milímetros de espessura, tem um peso tão simbólico? Historicamente, ser virgem em algumas antigas civilizações conferia às mulheres dons mágicos ou sagrados, como no Oráculo de Delfos, no qual a pitonisa, que mediava o contato dos homens com os deuses, era virgem. Na Idade Média, o unicórnio – animal mitológico geralmente branco, que apresenta a forma de um cavalo e chifres em espiral – só podia ser domado por uma virgem. Já no Cristianismo, um de seus principais símbolos é a Virgem Maria, que representa castidade e celibato, reforçando a imagem da necessidade da preservação da virgindade até o casamento. 

Atualmente as meninas para permanecerem "virgens", ou seja, com o hímen intacto, praticam outras formas de sexo, ou seja oral e anal, mas não fazem penetração vaginal para não perderem a virgindade. Será que ter este hímen intacto é realmente o que importa? Será que esta menina esta preparada emocionalmente para ter relações sexuais orais e anais com os parceiros? Além disso, o hímen pode ser rompido em circunstâncias diferentes, como durante a equitação; ou com o uso de absorventes internos; ou até mesmo em aulas de ginástica! Sem contar que o hímen pode "perdurar" após algumas relações sexuais, o que seria o caso do chamado hímen complacente, que possui elasticidade considerável. Na verdade a principal função do hímen NÃO É A PROIBIÇÃO DAS RELAÇÕES SEXUAIS. Ele é localizado na entrada da vagina e tem o papel de PROTEGER A MENINA DE POSSÍVEIS INFECÇÕES, uma vez que na infância não há uma produção suficientes de hormônios para o organismo realizar este tipo de defesa. Portanto, vemos que as circunstâncias físicas são importantes, porém as emocionais merecem uma atenção ainda maior.

Portanto, é imprescindível, que a decisão do início da vida sexual ativa seja feito com segurança, tanto emocional, quanto ao uso de preservativo para se prevenir de uma possível gravidez e de qualquer doença sexualmente transmissível. É importante que a adolescente procure um médico para saber se precisa além da camisinha tomar algum tipo de pílula anticoncepcional. Seria muito bom também, que pudesse haver uma conversa com a mãe e até mesmo com o pai, se possível, pois sabemos que para o homem é mais complicado de falar nestes assuntos, principalmente com as meninas. Mas esperamos que este tabu sobre a virgindade e qual a hora certa para iniciar a vida sexual acabe, pois como tenho dito o diálogo é a melhor forma de prevenção, neste caso na prevenção de uma gravidez indesejada, de uma possível doença sexualmente transmissível e até mesmo de futuros traumas emocionais. 

Lembrem galerinha, estejam seguros da decisão que estarão tomando, independente do hímen, a atitude tomada em relação ao início da vida sexual não terá retorno. Não queiram se arrepender depois da decisão tomada, sejam donos de suas próprias escolhas, e lembrem-se que todas as escolhas que fazemos na vida implicam em consequências, por isso temos que estar seguros. Mesmo que a primeira relação não tenha sido tão boa, o que é muito comum até mesmo pelo nervosismo é importante que a menina e o menino tenham feito uma escolha própria e com segurança, com isso, não haverá espaço para um arrependimento, no máximo para uma lembrança não tão boa.

Bjks, e até a próxima.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Parabéns mulheres lindas!!!

Neste dia Internacional da mulher não poderia deixar de fazer uma homenagem a todas nós Mulheres. Fiquei pensando o que escrever, pois existem tantas frases belas, mensagens incríveis, que ficou difícil selecionar as palavras para montar o texto. É muito legal ver a essência feminina sendo resgatada. Não digo apenas sobre os seres femininos que estão se destacando, mas como nós seres humanos, tanto mulheres quanto homens estão conseguindo perceber a grandeza da alma feminina. Infelizmente, ainda temos muitos casos de desvalorização das mulheres, porém estamos caminhando muito bem. Profissionalmente os ganhos são enormes, ainda existem injustiças? Claro, mas nossas conquista não podem ser ignoradas. No âmbito pessoal, ainda existe muita violência contra as mulheres, mas o importante tbm é que os casos são cada vez mais deflagrados e muitos destes casos punidos. Vale ressaltar a ideia do "apitaço", que começou em algumas cidades do Recife contra a violência feminina. As mulheres estão cada vez mais dizendo NÃO à repressão.


É importante que o equilíbrio destas duas potencias, tanto masculinas quanto femininas ocorra. Uma forma de ilustrarmos a necessidade deste equilíbrio é o mito do andrógino. Este modelo arquetípico tem um significado simbólico importante, onde tanto o homem quanto a mulher procuram uma melhor compreensão de si mesmo. Neste mito, os seres eram redondos e possuíam quatro pernas e quatro braços e uma cabeça com duas faces, cada uma olhando para um lado. Este ser possuía tanto poder que despertou a inveja e o temor dos Deuses, que lhes cortaram pela metade, transformando com isso seres masculinos e femininos. Até hoje uma metade estaria procurando a outra metade...



Porém temos que entender que o que procuramos do lado de fora está dentro de nós mesmos. Cada mulher tem um lado masculino dentro de si mesma (animus) e cada homem tem uma lado feminino dentro de si mesmo (anima). Tanto as características masculinas quanto as características femininas possuem aspectos positivos e negativos. Porém algumas características femininas têm sido reprimidas tanto pelos homens quanto pelas próprias mulheres. Vivemos em uma sociedade patriarcal, onde o masculino é supervalorizado e o feminino é reprimido e pouco valorizado. É necessário que esta essência feminina seja resgatada tanto pelos homens, que têm medo de entrar em contato com este lado feminino (e isto nada tem haver com preferência sexual) por conta desta cultura machista em que vivemos, quanto pelas próprias mulheres, que por causa da necessidade de competição com os homens no âmbito profissional, também acabaram por abandonar muitas características femininas importantes e maravilhosas. Vamos resgatar nossa essência feminina!

Um beijo enorme a todas as mulheres e a todos os homens que reconhecem nosso valor! Aqui vai uma música cantada pela Elba Ramalho que representa lindamente esta essência feminina.


sexta-feira, 2 de março de 2012

Ciber Bullying




Quando fiz o post sobre bullying, esqueci de falar sobre esta modalidade, o ciber bullying, que pode ser definido por agressões feitas de modo virtual, através de tecnologias interativas. Podem ser emails ameaçadores, mensagens negativas e/ou torpedos com fotos e textos constrangedores, envio de vírus, acesso a contas de e-mail, interrupção da participação de uma pessoa em um jogo online, além de muitas outras ações. Enfim, os agressores utilizam qualquer dispositivo eletrônico que possa, de alguma forma, constranger uma pessoa de forma intencional entre seus colegas. O espaço virtual é ilimitado e isso faz com que o poder da agressão se amplie e a vítima se sinta acuada, sem saber como, onde e até mesmo de quem tem que se defender. Além disso, a tecnologia permite que em alguns casos, seja difícil identificar o(s) agressor(es), aumentando a sensação de impotência e fazendo com que muitos casos não sejam relatados nas delegacias. A quantidade de constrangimentos e ameaças virtuais são enormes, porém poucos procuram uma ajuda para identificar e punir o(s) acusado(s). 

Esta semana duas famílias foram condenadas a pagar uma indenização estipulada no valor de R$15.000,00 à família de uma adolescente que vinha sofrendo ciber bullying por duas colegas da mesma escola. As duas adolescentes que tinham acesso a senha da colega,  invadiram o orkut da menina e substituíram algumas fotos por fotos pornográficas, além de escreverem textos de cunho sexual. As adolescentes em questão tinham na época do ocorrido entre 13 e 14 anos. A vítima e seu irmão que também estava em algumas fotos e também estudava na mesma escola, foram motivo de "zoação" pelos colegas do colégio. Envergonhados e com medo, não falaram nada para seus pais e seus rendimentos escolares caíram, assim como estavam se comportando de forma diferente. Uma professora que prestou atenção no que estava acontecendo conversou com a orientadora da escola que marcou uma conversa com a menina e seus pais. Com isso todo o acontecido foi relatado e esclarecido.

O que mais me chocou nesta história é que a família da vítima do ciber bullying, entrou com uma ação contra os familiares das duas garotas infratoras, solicitando um pedido de desculpas, QUE FOI NEGADO POR PARTE DAS MENORES!!! Nossa, esta parte pra mim foi o mais difícil de "aceitar". Elas poderiam ter feito esta agressão, sem ter a noção do mal que estavam fazendo a colega, mas depois de serem desmascaradas e verem o tamanho do problema que criaram, não terem tido alguma reflexão e arrependimento, é muito triste. É assustador relatar que o quanto é difícil perceber o erro e voltar atrás nas atitudes para algumas pessoas. A auto reflexão e a mudança de atitudes e comportamentos, infelizmente, não acontecem em algumas situações. Fico me perguntando o que será que os pais das menores agressoras fizeram nesta situação? Qual foi o tipo de punição dado? Será que o fato delas terem se negado ao pedido de desculpas significa que nenhuma reflexão foi feita? 

Infelizmente, enquanto estava escrevendo sobre este assunto, me deparei com dois casos trágicos de ciber bullying. Um nos Estados Unidos, de uma jovem linda de apenas 13 anos que vinha sofrendo ciber bullying e acabou cometendo suicídio. O pior nesta história é que tudo começou com uma "brincadeira" da própria vizinha da jovem, uma mulher de 47 anos que inventou um perfil falso de uma rapaz de 16 anos, no qual a jovem que foi vítima manteve um "namoro" por um mês. Em seguida "ele", o suposto namorado, que na verdade era a própria vizinha, começou a insultá-la e a rejeitá-la, virtualmente. Esta jovem não suportou as humilhações, pois outras pessoas a insultavam em virtude desta situação e se enforcou em seu próprio quarto. O outro caso foi de um rapaz daqui do Brasil, morador da cidade de Ponta Grossa, no Paraná, de 19 anos estudante de Educação Física. Ele foi alvo de uma comunidade no orkut criada apenas para inventar boatos de moradores desta cidade. O rapaz era chamado caluniosamente, de homossexual e pedófilo. Com isso, começou uma série de agressões na rua pela população que acreditava nos boatos mentirosos e achava que o rapaz era mesmo pedófilo. Ele aguentou por um ano as humilhações e agressões, até que um dia escreveu na internet que se as agressões não parassem ele se mataria. Infelizmente ele recebeu como resposta incentivos ao suicídio, inclusive, exemplos de "métodos eficazes" para que ele conseguisse se matar. No dia seguinte o rapaz foi encontrado morto dentro do seu carro estacionado na garagem de sua casa, asfixiado por monóxido de carbono. Apesar de alguns membros desta comunidade do orkut terem sido identificados, ninguém foi preso. 

Me coloco nesta situação no lugar de mãe, e fico muito assustada ao ver que a maioria dos jovens que fazem este tipo de "brincadeira" não são nem repreendidos por seus familiares, e que ainda ficam impunes perante a justiça. Quem sabe se começar a terem mais denúncias, e financeiramente começar a pesar para os pais dos agressores, alguma mudança de atitude e comportamento ocorra por parte dos jovens? 

É isso galerinha, lembrem de uma regrinha simples, que sempre coloco para meus filhos e para seus amigos e amigas, NÃO FAÇA COM O OUTRO AQUILO QUE VOCÊ NÃO GOSTARIA QUE FIZESSEM COM VOCÊ MESMO! Vamos respeitar as diferenças e aceitar a nós mesmos e aos outros com as  qualidades e as limitações que todos nós temos.

Fica uma dica de um filme sobre o assunto, abaixo está o vídeo do trailer do filme Ciberbully, produzido pelo ABC Family e estrelado por Emily Osment e Kelly Rowan. Vale a pena assistir. Bjks, até a próxima.






quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Amores virtuais!

Nesta geração é comum termos muitos "amigos" mesmo sem nunca termos conhecido pessoalmente. Os chamados amigos virtuais, eu mesma conheço muitas pessoas pela net que nunca encontrei e algumas que provavelmente nunca irei encontrar. Participo de uma comunidade de pais de crianças com a síndrome do meu filhote e trocamos muitas informações, experiências, dores e esperanças. Estes sentimentos em comum nos deixam muito próximos um do outro, mesmo a distância, e isto é muito rico. Mas o que falar de relacionamentos íntimos sem contato? Ouço muito em casa, com minha filha e seus amigos, falando de amigos e até de namorados virtuais. Até mesmo no consultório tenho exemplos de pessoas que se relacionam virtualmente e nunca se encontraram e se denominam namorados. É possível uma relação íntima sem contato? Apenas pelo vídeo? Quais os riscos de um relacionamento deste?

Este tema é muito complexo, assim como o Ser Humano, pois para algumas pessoas é mais facil o relacionamento pela net do que o encontro real, porém tem que se tomar muito cuidado, para não estar estimulando em nossos jovens este tipo de conduta, apenas virtual, o contato com o outro é fundamental para o crescimento humano.

O relacionamento virtual pode ser muito prazeroso, temos oportunidades de conhecer pessoas do mundo todo, com culturas diferentes, esta diversidade é grandiosa. Porém em um relacionamento amoroso, o contato físico é fundamental. É importante o toque, o cheiro do outro. E temos visto, uma quantidade muito maior de pessoas, substituindo o contato com o outro pelo relacionamento virtual, inclusive, se relacionando sexualmente de forma virtual, não apenas como curiosidade, ou até mesmo para apimentar uma relação, mas, constantemente, fazendo sexo virtual. Não sou contra este tipo de relacionamento, até porque temos visto muitos casos de casais que começaram na net e atualmente estão casados e felizes. Eu só acho muito complicado e perigoso quando pessoas, principalmente jovens, substituem o contato físico pelo virtual, por fatores como insegurança, medo de rejeição, baixo estima. Desta forma estes limites pessoais do indivíduo estarão sendo cada vez mais estimulados ao invés de serem trabalhados e administrados de uma forma com que a pessoa consiga superá-los, para ter uma vida mais saudável. 

Além deste fator emocional que não pode ser estimulado com o relacionamento virtual, tem um perigo real de se relacionar com pessoas que supomos que são quem dizem ser, mas como ter certeza? Tenho dois casos interessantes para contar. Um é de uma adolescente que se relaciona com um rapaz que diz ter a idade dela e que diz morar em outro Estado. Nunca apareceu na web e só se mostra através de fotos. Este "relacionamento" ja dura mais de 1 ano, e a menina está totalmente envolvida com esta pessoa. Agora como garantir que ele é ele, que tem mesmo a idade que diz ter, que é o dono das fotos que ele posta? Infelizmente vivemos em uma sociedade muito insegura e vemos casos de violência constantemente que iniciaram através da internet. Muito cuidado galerinha! O outro caso que eu tenho é sobre uma pessoa mais velha de aproximadamente uns 60 anos, que começou de brincadeira a se relacionar com um rapaz de 21 anos do outro lado do mundo literalmente. Ele é brasileiro, mas está morando há bastante tempo no Japão. Esta mulher disse que tinha 18 anos, postava fotos de uma moça bem bonita e começou um namoro virtual com o rapaz. Neste caso ele aparecia na web, e ela obviamente, não. Acontece que nesta brincadeira (para ela) o rapaz se apaixonou por ela. Um certo dia ele comunicou à ela que havia comprado uma passagem para o Brasil e estaria viajando na semana seguinte para conhecê-la. Ela que também estava envolvida com ele, porém tinha consciência que era tudo uma mentira, pois ela inclusive era casada, teve que contar toda a verdade para ele. Agora quais as consequências que poderiam ter ocorrido nesta "brincadeira"? Não sei nada deste rapaz, mas será que ele tinha estrutura psicológica para aguentar esta frustração, esta rejeição? Infelizmente casos como este são mais comuns do que a gente imagina, e inclusive o suicídio pode ser uma trágica consequência deste tipo de atitude.

Então pessoal, a internet é maravilhosa, une ideais, culturas, conhecimentos diversos e até amores, mas nunca vamos nos esquecer do contato físico com o outro. O toque, o cheiro, o carinho, o beijo e o sexo com o outro, não podem e não devem ser substituídos pelas teclas e pelo monitor do computador.

Se alguém tiver alguma estória interessante pode nos contar e ficar no anonimato se quiser. Um grande beijo a todos e até a próxima.